segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Silêncios da minha alma

Procuro-me no avesso de mim. Há muito o turbilhão de sons duma sociedade empobrecida e desprovida de valores, abalroaram os meus sentidos. A disparidade de crenças e vivências ergueram uma imponente divisão entre o meu mundo e este mundo perdido. Sobrevivo na penumbra… no silêncio do ruído destes alienados e insanos. Julgo sufocar. Agarro-me ao chão. Cravo nele as unhas num esforço sobre-humano, numa ânsia desmedida de sorver um pouco de vida. Respirar tornou-se um suplício diário. O ar está poluído pelo cinismo, a falsidade, a mentira… Custa-me viver assim!
Ah, como clamava, no meu peito, no silêncio dos meus dias, esta voz!... num ápice desfaço a minha nostalgia. Há vezes em que me escuto. Desconheço, até, a minha voz... Às vezes soltam-se sons estridentes que gritam, que suplicam pela libertação... outras vezes, vozes indefesas que em surdina lacrimejam ácidos de lamentos sufocados!
Não vislumbro uma saída. Os caminhos que trilho convergem sistematicamente a um mesmo ponto, o ponto de partida!...
Relego pormenores, aqueles que me afastaram do meu propósito e empeço nova caminhada... em silêncio!... esse, meu eterno companheiro... fez-se meu no dia em que a esperança desfaleceu.
Ninguém segue viagem sozinho... todos temos um companheiro de viagem... eu também tenho!...
São noites e dias, escolhas e desejos, encantos e emoções, sonhos e visões, pensamentos e vozes... murmúrios que o silêncio me permite... são “Silêncios da minha alma”!...

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