sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Suicidas, como os respeito!

Quer dizer: não consideras o suicídio uma covardia?
Mas de forma alguma! Acho até que um suicida é uma criatura de enorme coragem. Sei que um suicida é um desertor: a existência tornara-se-lhe impossível; ele fugiu-lhe. Perfeitamente. No entanto, para fugir, teve que praticar um acto muito mais violento - logo, muito mais corajoso - do que praticaria se continuasse a viver. Se continuasse vivo, conformava-se no fim de contas com a lei comum. - “A vida é um sofrimento eterno” - sujeitava-se. Mas ele não se sujeitou, morreu às suas próprias mãos - isto é: revoltou-se. Ora, a “revolta” foi sempre sinónimo de audácia, de coragem de energia.
Os suicidas! Ah! Com que entusiasmo os admiro, como os respeito! Eles realizaram aquilo que quiseram. Eis a sua grande superioridade. Valem bem mais do que eu, que tenho tanto desejo e nunca serei capaz de despejar um revólver sobre o meu crânio. Quem vive bocejante, lazeirenta como eu vivo, e continua a viver, não é só covarde - é um miserável.

5 comentários:

  1. Salvé!
    Quem se suicida, não sabe na realidade o que faz. Há uns que se matam por desespero,porque os seus das nao fazem sentido, porque jamais se debruçaram sobre SI, nunca se Amram. Viveram irresponsávelmente um caminho de falsos "sentires", desconheceram fé/confiança, partilha.
    Quem se suicida, há muito tempo que se sentiu morto/a.
    Mortos vivos são os que mais "vivem" no mundo....aqueles, onde a Luz é difusa ou inexistente....

    Fique bem...
    Mariz

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  2. Acho que quem se suicida, fá-lo, imagino, não por uma questão de coragem, nem de desistência, mas por falta de amor, de discernimento, de self-control, por se sentir, imagino eu, num deserto, num chão, onde tudo deixou de fazer sentido. Para mim, é isso que imagino. Acho que o chão que o suicida pisa é um solo de depressão. Aí, já não há lucidez. Ou, se a há, é do campo da negatividade. Sabes, eu falo por imaginar. Mas tenho um amigo que por sorte não morreu do suicidou que cometeu e hoje não o faria, por nada deste mundo( e disto sei eu ). Beijinhos. Desculpa o discurso. Um ano bom. Com ternura e amor. Eduardo

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  3. Não compreendo o suicidio quando sabemos que, para não arcarmos com as consequências terríveis do mal que fizemos e se irá refletir naqueles que de nós dependem, optamos por utilizá-lo como fuga a responsabilidades deixando os que não têm culpa em situação terrível. É como os que se abrigam por detrás dos inocentes levando eles o tiro certeiro.
    Admiro aqueles que por sofrimento seu e que tornam a vida dos outros um inferno, não tendo possibilidades de nada fazer para minurar essas vidas têm a coragem de partir.
    Neste caso, penso ser um acto de coragem, enquanto no outro penso ser um acto de cobardia.
    Bom ano
    Maria

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  4. Serena,
    Acho que cada um deve fazer da sua vida o que realmente entende, deve ter liberdade para isso, mas daí a considerar o suicidio como um acto de coragem vai uma grande distância. Eu pessoalmente não estou de acordo, porque para mim coragem é revoltar-se, sim, mas contra o rumo que a nossa vida esteja a levar, e ter a capacidade de a alterar por completo, e não de aniquilá-la. Mas isto é apenas a minha opinião. Só e nada mais.
    Beijinhos.

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  5. O suicidio do tédio é tudo aquilo que respeito. Mas compreendo as suas palavras.

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