Mas, e por que sinto eu esta certeza, quando a razão me poderia levar a crer no contrário a este sentir?
Sei que quando não estamos juntos o nosso pensamento corre célere ao encalço do outro... quando se aproxima o nosso encontro em nada mais conseguimos pensar e quando por fim os nossos olhos têm a alegria do reencontro, as nossas mãos se tocam e sentimos o cheiro, aquele cheiro que o fizemos e é já tão nosso e que jamais esqueceremos, nada mais existe para nós... por ápices o tempo pára e naqueles breves instantes em que existimos unicamente um para o outro, naqueles momentos em que nos permitimos a liberdade de sermos o que desejamos, conseguimos uma ligação tão assustadoramente forte, uma sintonia tão inexplicável de sentires e desejos exacerbados de nos diluirmos de corpo e alma, que nos faz acreditar que juntos ou separados, seremos sempre “um”...
Ainda que os nossos corpos existam em espaços distintos e distantes, que as nossas vidas corram paralelas, as nossas almas estão e estarão ligadas para todo o sempre, um sempre intemporal, um sempre só nosso, um sempre que será sempre enquanto em nós subsistir este inegável mútuo querer...